Juros
Os juros futuros desaceleraram gradualmente a forte alta e chegaram ao fim da sessão regular, na tarde desta quinta-feira, bem próximos da estabilidade, mais ainda em alta. Se por um lado a recuperação dos ativos locais, como o real, ajudou no respiro dos contratos de DI, por outro, ainda falta novidades para uma tendência mais clara para os investidores.
Hoje, o presidente da Câmara Rodrigo Maia (DEM-RJ) instalou a comissão especial e anunciou seus principais nomes. A presidência do colegiado ficou com o deputado Marcelo Ramos (PR-AM), representante do chamado Centrão. Já a relatoria ficou a cargo de Samuel Moreira (PSDB-SP). O tucano avisou que pretende apresentar um plano de trabalho na primeira reunião da comissão, prevista para acontecer entre 6 e 7 de maio.
O avanço do dólar em todo o mundo, somado ao clima de cautela com a cena política e fatores técnicos, justificavam a nova rodada da pressão. No entanto, aos poucos, o mercado absorveu o baque e as taxas saíram das máximas, enquanto os ativos locais voltavam a ganhar terreno.
“Não temos mais nenhum gatilho de curto prazo para os juros voltarem a cair”, disse um operador. “Também não faz muito sentido os investidores pularem de cabeça nesses níveis”, acrescentou.
DI1F20: 6,46% (- 1 bps)
DI1F21: 7,06% (+ 0 bps)
DI1F23: 8,21% (- 4 bps)
DI1F25: 8,76% (- 3 bps)
DI1F27: 9,08% (- 2 bps)
Câmbio
O mercado cambial continua volátil. Um dia após encerrar no maior nível em sete meses, o dólar retrocedeu do patamar de R$ 4,00 e caiu durante praticamente todo o pregão, com investidores aproveitando a valorização recente para realizar lucros e ajustar posições. Ao final, o contrato futuro (DOLK19) encerrou próximo das mínimas, em queda de -1,04%, aos R$ 3,9520.
O alívio temporário com a votação da Previdência na CCJ, que ontem havia dado lugar à cautela frente a um cenário de apreciação mundial do dólar, voltou hoje na forma de um discurso mais otimista em relação à aprovação da reforma, bem como os reflexos que ela terá sobre os ativos brasileiros.
O movimento do dólar frente ao real também ocorre na contramão do exterior, onde o panorama ainda é de apreciação da moeda americana em meio à retomada da narrativa de descolamento da economia americana do cenário de desaceleração global. A divisa brasileira encabeça a lista das sete moedas que se fortaleceram nesta cessão frente ao dólar.
Bolsa
O mercado de ações teve uma sessão de ganhos em resposta à onda de ajustes a novas perspectivas para a tramitação da reforma da Previdência no Congresso. Com a expectativa de que haverá esforços para que a pauta vá ao plenário da Câmara ainda no primeiro semestre, o índice recuperou a faixa dos 96 mil pontos e fechou no maior patamar em 11 pregões.
O Ibovespa subiu +1,59% após ajustes, aos 96.552 pontos, máxima do dia. O giro financeiro foi de R$ 12,4 bilhões hoje, em linha com a média diária negociada nos pregões do ano. É o maior patamar do índice em 11 sessões — em 8 de abril, o Ibovespa havia ficado em 97.369 pontos.
Entre os movimentos positivos de hoje, o destaque foi a ação do Bradesco, que melhorou a performance e absorveu a abertura mais pressionada. A ON da empresa teve leve queda de -0,03%, enquanto a PN ganhou +1,18%. Ainda no setor bancário, o Itaú Unibanco PN subiu +1,54%, enquanto Banco do Brasil ON ganhou +1,64%.
Entre as companhias de commodities, Petrobras ON subiu +0,26% e Petrobras PN avançou +0,72%; Vale ON (-0,06%) foi uma das poucas “blue chips” a registrar queda mais firme, mas também melhorou a performance no fim da sessão e ajudou a dar impulso ao Ibovespa.
Entre os movimentos mais fortes, Natura ON (+10,05%) foi destaque positivo do Ibovespa, seguido por JBS ON, com alta de +7,73%.
Fonte: Valor