Juros
Após o tom de continuidade durante a sabatina do futuro presidente do BC no Senado, Roberto Campos Neto, os investidores do mercado de juros futuros mostraram pouca reação ao longo do dia e os contratos fecharam negociados com leve alta.
A ponta curta da curva de juros chegou a ensaiar reação assim que Campos Neto começou a falar, pouco antes das 11h. O contrato com prazo em 2021 operava a 7,11% naquele momento, encostou em 7,17% nos 10 minutos seguintes, mas recuou pouco tempo depois.
Os investidores também acompanharam as declarações dadas nesta terça pelo presidente do Federal Reserve (Fed, o BC americano), Jerome Powell, em sessão do Senado dos Estados Unidos. Ele afirmou, em discurso, que a economia está saudável, mas está enviando “sinais conflitantes” que justificam uma “abordagem paciente” em futuras mudanças nas taxas de juros. Ele citou ainda a volatilidade do mercado financeiro, as preocupações com crescimento mais lento na Europa e na China e as disputas comerciais em andamento como questões a monitorar de perto.
DI1F20: 6,48% (+ 1 bps)
DI1F21: 7,12% (+ 0 bps)
DI1F23: 8,24% (+ 0 bps)
DI1F25: 8,78% (+ 2 bps)
DI1F27: 9,09% (+ 1 bps)
Câmbio
Depois de encostar em R$ 3,76 na máxima do dia, o dólar reverteu a alta e fechou bem perto da estabilidade. Se por um lado, o ambiente externo serve de árbitro para dar alguma direção para o mercado local, por outro ainda falta convicção dos investidores para adotar apostas mais firmes.
Hoje, o dia começou com grande expectativa em torno do discurso do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell. Especialistas apontam, entretanto, que o dirigente citou os mesmos riscos para a política monetária e voltou adotar um tom mais cauteloso, ou paciente, sobre os próximos passos da autoridade monetária.
Sem grandes novidades, o movimento de alta do dólar aos poucos perdeu tração. O dólar futuro (DOLH19) fechou o dia em queda de -0,21%, aos R$3,7440.
Bolsa
O Ibovespa fechou com leves ganhos em uma sessão em que o mercado ficou de olho principalmente nas falas de Roberto Campos Neto, que foi aprovado hoje na CAE (Comissão de Assuntos Econômicos) para a presidência do Banco Central, e Jerome Powell, presidente do Fed. O índice equilibra o otimismo dos investidores com o ambiente de negócios no Brasil, mas também uma faixa de preço considerada adequada ao fato de haver muitas expectativas — e bastante risco ao redor delas.
Após ajustes, o Ibovespa avançou +0,37%, aos 97.602 pontos. Na máxima intradiária, o índice chegou a encostar nos 98 mil pontos (97.904 pontos). O giro financeiro das ações do índice ficou em R$ 9 bilhões, bastante baixo comparado à média diária dos pregões de 2019, de R$ 13 bilhões.
O noticiário corporativo ganhou, nos últimos dias, mais peso no direcionamento dos preços na renda variável. É o explica o avanço do setor de papel e celulose, caso de Suzano ON (+4,79%) e Klabin Unit (+2,40%), depois da alta dos preços da celulose de fibra curta na China, conforme mostrou a consultoria Foex. Ainda entre os destaques, o grupo RD (Raia Drogasil ON) terminou entre as maiores altas do dia (+3,29%). No lado negativo, destaque para as ações de Via Varejo ON (-4,02%), que sofreram forte correção hoje, MRV ON (-3,47%) e EDP Energias do Brasil ON (-2,75%).
Fontes: Valor e Infomoney