Juros
Os contratos futuros de juros encerram o pregão em alta, no dia da divulgação da ata da primeira reunião do Copom sob a liderança de Roberto Campos Neto. Apesar disto, não foram as perspectivas para a política monetária que influenciaram o movimento de alta, mas sim o contexto político.
Os contratos futuros se mantiveram estáveis mesmo após a divulgação do IPCA-15 um pouco acima da expectativa do mercado. A trajetória ganhou força com a notícia de que o ministro da Economia, Paulo Guedes, não participaria da audiência da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) na Câmara dos Deputados.
Segundo especialistas, a ata do Copom indicou que o Banco Central não deve alterar a taxa Selic pelo menos nas próximas duas reuniões, até que o BC tenha tempo de avaliar a evolução das reformas da previdência, fiscais e o balanço de riscos para crescimento da inflação.
DI1F20: 6,49% (+ 4 bps)
DI1F21: 7,11% (+ 8 bps)
DI1F23: 8,27% (+ 8 bps)
DI1F25: 8,84% (+ 8 bps)
DI1F27: 9,17% (+ 7 bps)
Câmbio
O dólar futuro (DOLJ19) fechou o pregão na marca de R$ 3,8775, uma alta de +0,66%. O comportamento do dólar na sessão de hoje deixa claro que os principais pontos de atenção no mercado estão longe de serem resolvidos. A desvalorização das moedas emergentes serviu de suporte para nova alta do dólar, mas foram as incertezas na política que consolidaram o movimento.
O dólar só firmou a alta contra o real depois de uma nova frustração. O ministro da Economia, Paulo Guedes, cancelou sua participação na audiência da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara para discutir Previdência.
De acordo com operadores, havia expectativa da que a participação de Guedes na CCJ daria espaço para o ministro tentar ampliar a pacificação entre o governo e a classe política. Agora, entretanto, fica um clima de frustração e a sensação de que os atritos podem demorar um pouco mais para se resolverem.
Bolsa
O Ibovespa aproveitou a entrada de um fluxo comprador mais forte ao longo do período da tarde desta terça-feira (26) para recuperar a faixa dos 95 mil pontos, interrompendo uma sequência de cinco pregões de baixa. O mercado ainda opera na sombra das dúvidas sobre a articulação pela reforma da Previdência. Mas os baixos preços, após a onda vendedora recente, atraiu investidores, contribuindo para a recuperação do índice.
Após ajustes, o Ibovespa encerrou com alta de 1,76%, aos 95.307 pontos, e com giro financeiro de R$ 12,4 bilhões. Na máxima intradiária, o índice chegou a tocar os 95.525 pontos.
Depois de ter sido impactado pelas declarações duras do presidente Jair Bolsonaro e de membros do Congresso, o mercado teve, hoje, demonstrações de que o governo persiste em torno do debate pela aprovação de novas regras para a aposentadoria.
Um dos destaques do dia foi a Petrobras (+4,18% a ON e + 4,72% a PN). A ação se recuperou depois da forte baixa recente, já que ainda conta com fundamentos importantes. Além disso, com a expectativa para a resolução do imbróglio envolvendo a cessão onerosa, os investidores voltam a demonstrar interesse pelo papel.
Fatores técnicos também explicam a alta robusta de papéis como Natura, que subiu 9,73% hoje, maior alta do dia. Como foi um papel que acumulou quase 11% de queda em dois pregões, nesta terça ela voltou a respeitar os fundamentos e avançar. Com o esperado crescimento econômico do país neste ano, varejistas e companhias de consumo ainda fazem parte das apostas da maioria dos investidores.
O setor de siderurgia também permaneceu em destaque, porque está igualmente no grupo de empresas que inspiram confiança nos investidores. É o caso da CSN (6.,31%), segunda maior alta do Ibovespa. Além da perspectiva de que a siderúrgica tenha importante redução do endividamento neste ano, a venda da sua fatia na Usiminas foi adiada pelos órgãos antitruste — de maneira que a CSN poderá se beneficiar da esperada valorização dos papéis da concorrente. A CSN ON avança 79,2% no acumulado do ano, enquanto Usiminas PNA ganha 11,9%.
Fonte: Valor