Fechamento de Mercado (28/06/2019)

Gestoras

Juros

O movimento do mercado de juros futuros foi intenso em junho: os investidores colocaram de vez nos preços dos ativos o cenário de aprovação da reforma da Previdência e de corte na taxa básica de juros este ano. Os DIs recuaram em todos os vencimentos, desde os curtos até os longos.

Esta sexta-feira também teve dinâmica de baixa das taxas. O que determinou o movimento hoje foi a confiança na chance de aprovação da reforma da Previdência no plenário da Câmara antes do recesso parlamentar.

Ontem Maia buscou acalmar os investidores, e suas declarações continuaram surtindo efeitos nesta sexta-feira. Em evento fechado em São Paulo, ele disse que se esforçará para aprovar a reforma antes do recesso. Pelas suas palavras, segundo o Valor apurou com fontes, o assunto será votado na comissão especial na semana que vem e poderá ser avaliado no plenário em uma ou duas semanas. Guedes se encontrou com o presidente do Senado, Davi Alcolumbre, e mostrou algum esforço em manter uma boa relação com o Congresso.

DI1F20: 6,00% (-2 bps)

DI1F21: 5,88% (-3 bps)

DI1F23: 6,66% (-5 bps)

DI1F25: 7,15% (-7 bps)

DI1F27: 7,47% (-9 bps)

Câmbio

O dólar subiu nesta sexta-feira, mas acumulou queda ao longo de junho, na esteira de uma maior confiança na aprovação da reforma da Previdência e da expectativa de aumento de liquidez no mundo a partir de cenário de cortes de juros nos Estados Unidos.

Nesta sexta-feira, o dólar à vista fechou em alta de 0,21%, a 3,841 reais na venda. Na semana, a cotação ganhou 0,45%. No segundo trimestre, o dólar acumulou depreciação de 1,90%. Na primeira metade do ano, a baixa foi de 0,87%.

Depois de um mês de janeiro de firme baixa, o dólar tomou fôlego até meados de maio, puxado pelo recrudescimento de incertezas sobre a agenda de reformas no Brasil. Mas a partir de então governo e Congresso passaram a emitir mensagens mais alinhadas sobre a reforma da Previdência, o que permitiu forte descompressão de risco no mercado cambial. Esse movimento se intensificou em junho, à medida que estrangeiros desmontaram posições compradas em dólar.

A venda de dólares pelos estrangeiros reflete ainda a percepção de que a moeda norte-americana pode sofrer pressão global de baixa caso o Federal Reserve confirme expectativa de corte de juros nos EUA.

Juros mais baixos nos EUA melhoram a relação risco/retorno para aplicações em ativos de mercados mais arriscados, como os emergentes, o que pode estimular entrada de capital para o Brasil, por exemplo. Com isso, há aumento da oferta de dólar, o que tende a reduzir o preço da moeda. Mas alguns analistas já ponderam que o dólar se encontra próximo do que seria um patamar "justo", o que limitaria o espaço para mais desvalorização à frente.

Bolsa

O Ibovespa subiu nesta sexta-feira 0,24%, a 100.967,20 pontos. O volume financeiro somou 14,9 bilhões de reais. Na semana, o Ibovespa caiu 1,03%, mas acumulou no mês alta de 4,06% e encerrou o segundo trimestre com valorização de 5,82%. Em 2019, o ganho alcança 14,88%.

Durante o mês, tanto o Federal Reserve, o banco central dos Estados Unidos, como o Banco Central Europeu (BCE) adotaram discursos com tom 'dovish' para os juros dado o cenário e atividade econômica mais lenta em suas regiões, gerando expectativa de potencial fluxo de recursos a emergentes.

Nomes relevantes do Congresso e do governo têm adotado um tom positivo quanto à chance de o texto ser votado pelo plenário da Câmara dos Deputados antes do recesso parlamentar, que começa em 18 de julho, mas a matéria ainda precisa ser votada em comissão da Casa, o que está previsto para a próxima semana.

Na segunda etapa da sessão, corroborando a percepção mais favorável sobre o país, o governo brasileiro anunciou conclusão de acordo comercial entre Mercosul e União Europeia, que representará um incremento do PIB brasileiro de 87,5 bilhões de reais em 15 anos.

A bolsa ainda fechou a sexta-feira na expectativa de encontro entre os presidentes dos EUA e da China no sábado, durante cúpula do G20, notadamente sinais de progressos nas relações comerciais entre os dois gigantes econômicos que têm adicionado volatilidade aos mercados nos últimos meses.

Petrobras ON (PETR3) fechou em alta de 0,43%, após recuar em todos os pregões da semana na esteira da oferta secundária de papéis da companhia detidos pela Caixa Econômica Federal. Segundo o presidente da estatal, Roberto Castello Branco, a Petrobras deverá sair dos segmentos de transporte e distribuição de gás no Brasil. Petrobras PN (PETR4) subiu 0,66%.

Vale subiu 0,23%, em dia de alta dos contratos futuros do minério de ferro na China, que atingiram máximas recordes nesta sexta-feira e registraram seu maior ganho trimestral desde o final de 2016, impulsionados pelas expectativas de que o suprimento da matéria-prima na maior produtora de aço do mundo continuará apertado na segunda metade do ano.

Itaú Unibanco PN (ITUB4) fechou com variação positiva de 0,03% e Bradesco PN (BBDC4) cedeu 0,42%, mas encerrando o mês com ganhos de 3,64% e 2,05%, respectivamente. Banco do Brasil (BBAS3), que subiu 0,26% no dia, fechou junho com elevação acumulada de 4,37%.

Cyrela (CYRE3) valorizou-se 3,74%, em sessão com alta de 2,24% do índice do setor imobiliário na B3, tendo de pano de fundo um cenário recente mais favorável ao setor imobiliário, que contempla queda nas taxas de juros futuras, liberação de compulsório e possíveis mudanças em regras de financiamento pela Caixa.

Usiminas PNA (USIM5) avançou 3,11%, um dia após o conselho de administração da siderúrgica aprovar distribuição de quase 13,2 bilhões de reais a acionistas sob a forma de Juros sobre o Capital Próprio complementar.

Eletrobras ON (ELET3) e Eletrobras PNB (ELET6) subiram 3,37% e 2,59%, respectivamente. A estatal disse na véspera que aprovou a reestruturação societária entre as subsidiárias Eletrosul Centrais Elétricas e Companhia de Geração Térmica de Energia Elétrica (CGTEE), visando a obtenção de sinergia operacional, tributária, econômico-financeira e societária.

Suzano (SUZB3) caiu 2,75%, maior declínio do Ibovespa. Em nota a clientes, o BTG Pactual (BPAC11) destacou que o setor de celulose deve ser a principal decepção no segmento de commodities na temporada de balanços do segundo trimestre, ainda pressionado pelo excesso de oferta. "A demanda também não tem respondido nas principais regiões consumidoras, levando os preços a entrar em colapso por mais um trimestre", afirmaram.

Fontes: Valor e Reuters

Outras Publicações