Juros
Apesar de todo o nervosismo dos investidores desde a semana passada, com as incertezas sobre a tramitação da reforma da Previdência, a recuperação vista desde quinta-feira foi suficiente para colocar os contratos futuros de juros nos mesmos patamares registrados há um mês, acumulando até uma ligeira queda nos contratos mais longos.
Nesta sexta, os contratos operaram em queda ao longo de todo o dia, mas fecharam sem direção única, com alguns DIs encerrando perto da estabilidade e outros em leve alta.
O nervosismo ficou menor com a reconciliação entre o presidente Jair Bolsonaro e o presidente da Câmara, Rodrigo Maia ‒ os dois bateram boca nesta semana, elevando a temperatura no Planalto e comprometendo a articulação para a aprovação da reforma da Previdência, considerada essencial para o mercado.
DI1F20: 6,53% (+ 3 bps)
DI1F21: 7,14% (+ 5 bps)
DI1F23: 8,24% (+ 5 bps)
DI1F25: 8,75% (+ 4 bps)
DI1F27: 9,06% (+ 2 bps)
Câmbio
Em meio à apreensão com a cena política, o dólar termina o mês de março acumulando firme alta contra o real. Apesar da relativa estabilidade na sessão de hoje, a moeda americana soma alta mensal de mais de 4% e agora o futuro (DOLJ19) é cotado a R$ 3,8965.
Com o salto nas últimas semanas, o dólar também consolida um ganho de 1,05% no acumulado do trimestre. O movimento chama a atenção porque o período é marcado tradicionalmente pela baixa do dólar.
Analistas de grandes instituições locais e estrangeiras alertam que a tendência de curto prazo não é muito favorável, mas ainda nutrem apostas de uma melhora até o fim do ano. Isso porque cresceu a percepção de que o caminho da reforma da Previdência não será fácil, mas ainda deve desembocar na aprovação da medida.
Bolsa
O Ibovespa teve um pregão marcado pela recuperação no dia com a aparente manutenção da trégua em Brasília, depois de duas semanas de desencontros e troca de farpas entre governo e Congresso em torno da reforma da Previdência. O vaivém no campo político nas duas últimas semanas, porém, fez com que o Ibovespa encerrasse março praticamente no zero a zero.
O índice terminou a sessão de hoje em alta de 1,09%, aos 95.415 pontos, depois de tocar os 95.863 pontos na máxima intradiária. O giro financeiro foi de R$ 12,2 bilhões no dia.
O setor de siderurgia, com a alta do minério de ferro no exterior, foi grande destaque de hoje. A CSN ON subiu +3,64%, enquanto a Usiminas PNA ganhou +3,72%. No caso das duas companhias, reajustes aplicados ao preço do aço fornecidos à indústria, que começam a valer em abril, também animam o mercado.
O avanço dos preços do minério de ferro na China, que foi de +2,5% hoje, deu respaldo ao avanço da Vale ON (+3,31%), e o avanço da Vale eleva também o interesse pela Bradespar PN (+4,32%), que é acionista da mineradora.
Depois de resistir à pressão vendedora, a BR Distribuidora ON teve o pior desempenho do Ibovespa, em queda de -4,10%. Hoje, a companhia teve o preço-alvo cortado pelo UBS e recomendação foi reduzida de compra para neutra com a expectativa de volumes e margens menores.
Já as empresas do setor de educação também permaneceram no destaque negativo do Ibovespa de ponta a ponta do pregão, depois da divulgação do balanço trimestral da Kroton, que não foi tão bem recebido pelos investidores. A Kroton ON caiu -2,84%, enquanto Estácio ON recuou -2,24%.
Fonte: Valor