Juros
A queda dos juros de longo prazo no Brasil ganhou tração nos últimos dias e as taxas caminham em direção às mínimas históricas. O movimento conta com o ambiente global de juros muito baixos, liderado pelos Estados Unidos, mas o recuo é ainda mais intenso no Brasil, conforme o mercado tira prêmio de risco dos ativos diante da renovada confiança na aprovação da reforma da Previdência.
DI1F20: 6,3% (+ 3 bps)
DI1F21: 6,58% (- 3 bps)
DI1F23: 7,64% (- 7 bps)
DI1F25: 8,22% (- 12 bps)
DI1F27: 8,56% (- 13 bps)
Câmbio
O dólar futuro (DOLM19) fechou o pregão na marca de R$ 3,975, uma baixa de -1,28%. A melhora na percepção sobre o cenário político para a tramitação das reformas chegou ao mercado cambial com mais força neste pregão, se sobrepondo ao sinal negativo vindo do exterior.
Este é o menor valor de fechamento desde 10 de maio. A depreciação só não foi mais intensa porque no exterior, o cenário é de cautela com novos desenvolvimentos da disputa comercial entre Estados Unidos e China. Esta madrugada, o governo em Pequim ameaçou restringir o fornecimento de terras raras - usadas na fabricação de componentes eletrônicos – a empresas americanas
Nesse ambiente, a maior parte das moedas emergentes e ligadas à commodities tiveram um dia misto. No horário de fechamento, o rublo russo tinha desvalorização de 0,46%, enquanto o dólar neozelandês cedia 0,49%. Já o peso colombiano avançou 0,71% e o rand sul-africano, 0,44%.
Bolsa
O Ibovespa oscilou em alguns momentos nesta quarta-feira, mas fechou em alta de 0,18%, aos 96.567 pontos, descolando-se, assim, de seus pares no exterior. O movimento foi amparado pelo otimismo com a política. Analistas apontam que, não fosse o recente entendimento entre Executivo e Legislativo de que a prioridade está no andamento da pauta econômica, a situação do índice não seria positiva. O giro financeiro foi de R$ 11,6 bilhões, bem próximo da média anual registrada até aqui.
Lá fora, as bolsas da Europa fecharam em baixa hoje, com a percepção de que a guerra comercial envolvendo China e Estados Unidos ainda irá perdurar, aumentando as chances de uma recessão global e prejudicando o crescimento das economias. As incertezas sobre o Brexit e o pedido da Comissão Europeia para que a Itália explique a deterioração de suas contas públicas também puxaram os índices europeus para baixo.
Entre os destaques positivos do dia estão Sabesp ON (4,29%); Rumo ON (3,57%); Lojas Americanas PN (3,12%); Raia Drogasil ON (2,50%), Magazine Luiza ON (0,14%) e Via Varejo ON (3,85%) As ações das varejistas operaram em alta hoje. Além de negociações pontuais feitas recentemente — como acontece com Natura, Via Varejo e B2W Digital – o movimento também é fruto dos avanços do índice e, principalmente, com a perspectiva de taxas de juros mais baixas no médio prazo. Espera-que se após o encaminhamento da reforma da Previdência, haja espaço para mais um corte na taxa básica de juros, a Selic, atualmente fixada em 6,5%. Isso estimularia o consumo, beneficiando o setor de varejo rapidamente.
Magazine Luiza ON, apesar do fechamento tímido, segue no radar dos investidores, pois continua nas tratativas pela compra da Netshoes, oferecendo US$ 3,00 por ação. Porém, a Centauro segue na concorrência e cobriu essa oferta ao propor US$ 3,50 por papel. A Netshoes, com essa nova oferta, seria vendida por US$ 109 milhões.
As principais quedas do dia ficaram concentradas nos setores ligados a commodities: Petrobras ON (-0,79%); Petrobras PN (-1,12%); Vale ON (1,09%); CSN ON (-4,13%); Marfrig ON (-2,31%); BRF ON (-5,49%) e JBS ON (-6,33%). O que puxou essas quedas foi a desvalorização das commodities, como o milho, minério de ferro e o petróleo. Para o Pedro Paulo Silveira, economista-chefe da corretora Nova Futura, o recuo pesou mais nas ações da Petrobras, que ontem estava no centro dos debates após a decisão de Edson Fachin, ministro do STF, de vetar a venda da subsidiária TAG. Já a JBS e BRF são afetadas pela alta no preço do milho, que chegou a subir 4,75% influenciado pela alta do dólar e maior demanda, aumentando os custos dessas empresas. Hoje, os contratos futuros do milho com vencimento em julho (atualmente os mais negociados) caíram 0,36%.
Fontes: Valor e Infomoney