Juros
O mercado ainda não encontrou o piso para os futuros de juros e as taxas continuam registrando queda dia após dia – embora os DIs tenham se afastado das mínimas no fechamento do pregão regular desta quinta-feira (30) – em uma trajetória iniciada no começo da semana passada. Para se ter ideia da amplitude do movimento, o DI janeiro de 2025 foi de 8,85% para 8,20% em quase duas semanas ‒ o Banco Central costuma alterar os juros em múltiplos de 0,25 ponto.
A queda vista nesta quinta, assim como a observada nos últimos dias, ainda reflete a visão mais positiva dos investidores com a política. “O governo mudou bastante a sua postura. O presidente Jair Bolsonaro tem elogiado muito o Rodrigo Maia [presidente da Câmara], Davi Alcolumbre [presidente do Senado], e os demais parlamentares.
A agenda macroeconômica também esteve hoje no radar dos investidores. O PIB recuou 0,2% no primeiro trimestre contra o quarto trimestre do ano passado, considerando os ajustes sazonais, e ficou em linha com a expectativa do mercado. O Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) subiu 0,45% em maio, ante 0,92% em abril, e ficou um pouco abaixo da expectativa do mercado, de avanço de 0,55%. A inflação controlada e os dados fracos da economia têm alimentado a discussão sobre a atuação do Banco Central na política monetária.
DI1F20: 6,33% (+ 3 bps)
DI1F21: 6,54% (- 4 bps)
DI1F23: 7,58% (- 6 bps)
DI1F25: 8,14% (- 8 bps)
DI1F27: 8,48% (- 8 bps)
Câmbio
O dólar futuro (DOLM19) fechou o pregão na marca de R$ 3,982, uma alta de 0,18%. O bom humor com o cenário político dos últimos dias não foi o suficiente para manter a tendência de queda na taxa de câmbio neste pregão.
O movimento refletiu parcialmente o exterior, onde o dólar se fortaleceu durante a tarde contra as emergentes após um ajuste pontual de baixa das bolsas em Nova York. No mesmo horário, a divisa avançava 0,74% contra o peso chileno e 0,51 em relação ao rand sul-africano, mas cedia 2,21% em relação à lira turca.
Bolsa
O principal índice da bolsa paulista encerrou em alta pela quarta sessão seguida nesta quinta-feira, sustentada um cenário de maior confiança de investidores sobre a melhora da economia, apesar do país ter registrado queda no Produto Interno Bruto (PIB) do primeiro trimestre, a primeira desde 2016.
O Ibovespa recuou 0,92%, a 97.457,36 pontos, na maior pontuação de fechamento desde 20 de março, quando atingiu 98.041,37 pontos. O giro financeiro somou 14 bilhões de reais. Com a sequência de altas, o Ibovespa passa a ter até a véspera uma valorização de 1,15%. Caso a trajetória se mantenha, o mês se diferenciará dos fechamentos em queda registrados nos últimos nove anos.
Em meio a protestos em várias cidades do país contra cortes na Educação, o ministro da Economia, Paulo Guedes, avaliou que a queda do PIB não é novidade para o governo, e ressaltou que a realização das reformas econômicas é fundamental para a retomada do crescimento econômico.
No exterior, as principais bolsas nos Estados Unidos encerraram em alta, com investidores monitorando o andamento da retórica comercial entre Washington e Pequim.
A JBS (JBSS3) valorizou-se 5,2%. A companhia anunciou na véspera investimento de 95 milhões de dólares em expansão de fábrica no Nebraska (EUA) e afirmou que as melhorias na instalação vão permitir atender a demanda por produtos de carne bovina de maior qualidade no país.
A Cemig subiu 2,1%, após a companhia reiterar na véspera compromisso em reduzir significativamente o peso de sua dívida nos próximos anos e promover um robusto programa de investimentos na unidade de distribuição de energia, a Cemig-D, que deverá realizar aportes de 6,458 bilhões de reais até 2023. A Cemig (CMIG4) afirmou que tem uma meta de reduzir a alavancagem para 1,94 vez em 2020, contra 3,48 vezes em 2018.
A Via Varejo ganhou 4,8%, em sessão em geral positiva para o setor de varejo, em meio a expectativas quanto a liberação do governo de contas do Fundo de Garantia de Tempo de Serviço (FGTS).
A Petrobras PN (PETR4) recuou 1,32% e Petrobras ON (PETR3) perdeu 0,17%, em linha com a queda nos preços do petróleo no exterior. O presidente da estatal, Roberto Castello Branco, afirmou que a empresa iria receber na sexta-feira 34 bilhões de reais não fosse a liminar concedida na semana passada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Edson Fachin, que suspendeu a venda do controle acionário da Transportadora Associadas de Gás (TAG) pela estatal. Esse negócio foi fechado no mês passado junto a um grupo liderado pela francesa Engie (EGIE3 - ENGIE.PA), que levou a TAG com uma oferta de 8,6 bilhões de dólares.
Fontes: Valor e Reuters