Juros
O mercado de juros futuros passou por uma queda muito expressiva nas taxas, movimento que foi observado da ponta curta à longa da curva, nesta quinta-feira (31). Por trás da trajetória estão as novas indicações, mais moderadas, do Federal Reserve (Fed, o BC americano) e as perspectivas para a reforma da Previdência.
No fim da tarde de quarta (30), o Fed manteve a taxa de referência de juros na faixa de 2,25% a 2,50% ao ano e deu sinais mais claros de que fará uma pausa no processo de aperto monetário. O discurso da autoridade influenciou toda a curva de juros. Os vértices mais longos são os primeiros a responder com o maior apetite por risco no ambiente internacional, mas os curtos também caem como reflexo indireto de um dólar mais baixo sem pressionar a inflação.
A agenda local segue bastante construtiva e corrobora o otimismo refletido nos preços dos ativos. Analistas apontam a inclusão dos militares na reforma e a provável reeleição de Rodrigo Maia (que é favorável à reforma) como presidente da Câmara como bases de apoio para a tramitação e aprovação da reforma da Presidência na casa.
DI1F20: 6,375%
DI1F21: 7,00%
DI1F22: 7,64%
DI1F24: 8,41%
DI1F26: 8,80%
Câmbio
O mês de janeiro chega ao fim com uma “tempestade quase perfeita” contra o dólar. A mudança de discurso do Banco Central americano se alinhou com as perspectivas positivas para a agenda de reformas no Brasil, derrubando a cotação para R$ 3,65 - o menor nível desde o fim da eleição presidencial.
Com esse rali de fim de mês, a moeda acumula queda de 5,58% em janeiro. É a maior desvalorização mensal da divisa americana desde outubro de 2018, quando a moeda baixou 7,80%, num movimento capitaneado pelo fim das incertezas eleitorais. Considerando apenas os meses de janeiro, a queda só é superada pela que foi observada no começo de 2012, quando caiu 6,53%.
Especialistas apontam que o mercado de câmbio ainda tem “gordura” para queimar, principalmente, se comparado ao bom desempenho de outros ativos locais. Mas, para reduzir essa diferença, os investidores ainda exigem que o otimismo com a cena local seja confirmado em avanços concretos da agenda de reformas.
Bolsa
O Ibovespa caminha para encerrar janeiro em recuperação depois da turbulência causada pela Vale nesta semana. Embalado pela alta forte do Bradesco e novas informações sobre a reforma da Previdência, o índice já renovou o recorde intradiário e fechou nos 97.700 pontos.
Entre as maiores altas do dia, Bradesco é o grande destaque: a PN subiu 5,65%. Os bancos, sobretudo Bradesco e Santander, já vinham se recuperando desde o ano passado com as perspectivas de crescimento do crédito e da atividade no Brasil, e essa semana tiveram o impulso por parte dos resultados reportados, muito acima do esperado.
No lado negativo, o destaque foi para as ações da Vale ON (VALE3), que caíram 2,36%. A empresa encerra o mês com um dos piores desempenhos do Ibovespa, em baixa de 10,78%. Ela divide com Embraer (-10,79%), Bradespar (-9,67%), Gol (-1,51%), Magazine Luiza (-0,83%) e Cemig (-0,07%) o grupo de ações que acumulou desvalorização no mês.
Fonte: Valor