Fechamento de Mercado (31/05/2019)

Gestoras

Juros

O mês de maio foi marcado por muitos desdobramentos políticos e, como consequência, muita oscilação para os ativos brasileiros. No caso do mercado de renda fixa, o saldo foi bastante positivo: os contratos futuros de juros e os títulos públicos acumulam forte queda nas taxas.

O que motivou, em grande parte, o ajuste ao longo do mês foi a mudança do cenário político. O movimento começou quando o Congresso deu sinais de que tocaria a pauta da reforma da Previdência mesmo sem o apoio do Executivo e, na sequência, o presidente de Jair Bolsonaro assumiu um discurso de conciliação na articulação política.

DI1F20: 6,28% (- 5 bps)

DI1F21: 6,49% (- 5 bps)

DI1F23: 7,55% (- 3 bps)

DI1F25: 8,13% (- 1 bps)

DI1F27: 8,49% (+ 1 bps)

 

Câmbio

O dólar futuro (DOLM19) fechou o pregão na marca de R$ 3,9405, uma baixa de -1,04%. Em maio, a moeda norte-americana ficou praticamente estável. Nos patamares atuais, a moeda já ameaça quebrar uma tendência de alta que persiste desde fevereiro. Em 20 de maio, o dólar bateu uma máxima em oito meses, de 4,10485 reais, em alta de 4,64% no acumulado de maio. Desde então, contudo, o Congresso passou a demonstrar tom mais favorável à reforma da Previdência. Com isso, investidores reduziram posições compradas em dólar, permitindo a correção do câmbio.

Alguma ajuda também veio do exterior, conforme o acirramento da guerra comercial liderada pelos Estados Unidos contra China e México fortaleceu especulações de corte de juros pelo Federal Reserve, o banco central norte-americano.

Bolsa

Pela primeira vez na semana, o Ibovespa encerrou o dia em baixa. O índice fechou em queda de 0,44% nesta sexta-feira, aos 97.030 pontos. Em uma quinzena marcada pela melhora do cenário político, os ativos brasileiros cederam à pressão externa no último pregão do mês. O clima de aversão ao risco observado no exterior e o recuo no preços das commodities foram os principais responsáveis por isso.

Ainda assim, o Ibovespa teve o primeiro maio positivo em dez anos. O índice fechou o mês com alta de 0,70%. O avanço para o terreno positivo, entretanto, ocorreu na última semana, quando o ganho acumulado foi de 3,63%.

A desvalorização das commodities pressionou papéis de peso no Ibovespa na reta final desta sessão, que teve um giro financeiro forte, de R$ 13,2 bilhões, acima da média anual até aqui. O petróleo WTI fechou em baixa de 5,46% para julho, enquanto o tipo Brent encerrou em queda de 5,11% para agosto. Já o minério de ferro chegou a ceder mais de 2% durante a manhã desta sexta-feira. Fecharam em queda Petrobras ON (-2,15%); Petrobras PN (-2,29%) e Vale ON (-2,02%). JBS ON (-1,84%) também está entre os destaques negativos.

Essa última, líder global em proteína animal, é afetada pela notícia de que BRF ON (-4,52%) e Marfrig ON (+0,74%) estão em negociação para uma eventual fusão de seus negócios, o que poderia criar uma gigante global do setor, com faturamento anual de R$ 80 bilhões. Caso isso aconteça, os acionistas da BRF ficarão com 85% das ações da nova empresa. Além disso, os contratos futuros de grãos registraram altas expressivas durante toda a semana, aumentando os custos do setor.

O mercado também foi afetado pelo mau humor visto no exterior com as disputas comerciais travadas pelos Estados Unidos. Após desafiar China e Japão, o presidente Donald Trump prometeu impor tarifas sobre todas as importações mexicanas a partir do dia 10 de junho, numa tentativa de pressionar o país vizinho a impedir o fluxo de imigração. As tarifas devem começar em 5% e subir gradualmente até 25% no início de outubro. O México é o terceiro maior parceiro comercial dos Estados Unidos.

A valorização observada durante o dia foi sustentada pelo noticiário político. O Secretário da Previdência, Rogério Marinho, disse estar otimista em relação à aprovação do texto da reforma no Congresso. Ele aproveitou para dizer que o grande número de emendas ao projeto não significa atraso na votação. Até agora, a proposta encaminhada pelo governo já recebeu 277 emendas e a consultoria legislativa da Casa realiza a primeira filtragem das sugestões. Enquanto isso, o relator da reforma, deputado Samuel Moreira (PSDB-SP) ganha tempo para analisar o conteúdo e também negociar com líderes das bancadas. Além disso, já fala-se em antecipar o calendário de tramitação e votação do texto. Entre as principais altas do dia estão Braskem PN (4,06%) e Engie ON (4,77%). As principais baixas foram B2W Digital ON (-3,15%) e Suzano ON (-3,66%).

Fontes: Valor e Reuters

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