Mesmo tendo amargado um baixo retorno dos investimentos no Brasil nos últimos cinco anos, o fundo soberano de Cingapura, o GIC, com US$ 100 bilhões em ativos sob gestão, mantém-se otimista com o país.
"Nosso cenário base é que vamos ver essas reformas alcançadas", afirma Chow Kiat Lim, CEO do GIC. Com a expectativa de que o ritmo de crescimento pode aumentar significativamente após a reforma da Previdência, o fundo de Cingapura pretende pisar no acelerador dos investimentos. "Nesse tipo de ambiente nós esperamos alocar mais capital no Brasil", diz.
A opção pelo breque, no entanto, também pode ocorrer. Caso a reforma da Previdência não aconteça, "nesse cenário, podemos refrear nossos investimentos no Brasil", avisa o CEO.
O GIC tem investido maciçamente no Brasil nos últimos anos. Apesar de não revelar valores das transações até porque muitos negócios são feitos por meio de parceira ou consórcios, em apenas duas operações de compras de participações realizadas entre 2015 e 2018, o fundo gastou mais de R$ 4 bilhões.
O GIC assumiu participação de 16% no grupo de hospitais Rede D'Or, em maio de 2015, numa operação avaliada em R$ 3,3 bilhões. Adquiriu também 25% da Algar Telecom, em janeiro do ano passado, quando teria desembolsado R$ 1 bilhão.
O fundo soberano também tem recursos aportados em negócios como Goodman Brazil Logistics Partnership, na NTS, uma unidade de gasoduto vendida pela Petrobras para um consórcio liderado pela Brookfield por US$ 5,19 bilhões, na rede de educação Cruzeiro do Sul e na companhia de saneamento Aegea.