A valorização dos ativos e a captação de clientes mais endinheirados pelos canais eletrônicos têm ampliado o número de famílias atendidas pelos escritórios de gestão de patrimônio. No ano passado, houve um incremento de 25,5%, para 7,2 mil grupos econômicos. O volume chegou a R$ 116,4 bilhões, uma alta de 20,5% em relação a 2017.
Segundo Alexandre Quintas da Rocha Braga, vice-presidente do comitê de gestores de patrimônio da entidade, 2019 tende a seguir com bom ritmo, principalmente se houver a retomada das ofertas iniciais de ações (IPO, na sigla em inglês), um dos eventos típicos de liquidez que costumam alimentar o segmento de gestão de fortunas. "Caso contrário, só vamos ver a troca de private banking por casas de gestão de patrimônio", diz.
O representante da Anbima acrescenta que, à medida que os juros se sustentem em níveis baixos, com a Selic a 6,5% ao ano, mais pessoas buscam o aconselhamento financeiro a fim de ter uma carteira diversificada e que proporcione retorno acima do CDI.
No conjunto, a participação dos ativos de renda variável aumentou de 15,5% para 17,6% de 2017 para 2018, enquanto a parcela dos fundos multimercados caiu de 26% para 25,1%, e da renda fixa de 49,8% para 48,1%. Já os títulos privados alcançaram R$ 20,2 bilhões nas carteiras dos investidores, sendo que as debêntures seguiram representando a maior parte desse bolo, com 24,3%, em comparação a 22,4% do ano anterior.
Vale ressaltar que os dados da Anbima não representam uma fotografia do setor como um todo, pois só escritórios aderentes aos códigos da entidade é que reportam seus números.