O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) surpreendeu ao acelerar para 0,75% em março, superando o teto das expectativas do mercado. Trata-se da maior taxa para o mês desde 2015 (1,32%), conforme o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em fevereiro, o índice havia subido 0,43%.
O resultado do IPCA de março sofreu forte influência dos grupos Alimentação e bebidas (1,37%) e Transportes (1,44%). Juntos, estes dois grupos, que representam cerca de 43% das despesas das famílias, responderam por 80% do índice do mês, com impactos de 0,34 p.p. e 0,26 p.p., respectivamente. Comunicação, com -0,22%, foi o único grupo que apresentou deflação em março.
Na média, 30 consultorias e instituições financeiras consultadas pelo Valor Data previam alta de 0,62% para o indicador. O intervalo das projeções ia de elevação de 0,53% a 0,67%.
Em 12 meses, o IPCA seguiu em aceleração: 4,58% no acumulado até março, acima dos 3,89% registrados no acumulado até fevereiro. Foi o maior índice acumulado desde fevereiro de 2017 (+4,76%).
Dessa forma, o índice ficou acima do centro da meta de inflação, de 4,25% neste ano — a meta tem margem de flutuação de 1,5 ponto percentual, para mais ou menos.