Live - BTG e Gestores de Ações

Gestoras

Resumo da Live realizada no canal do BTG Pactual no YouTube com os gestores de ações da Navi Capital, Tork Capital e Apex Capital.

Introdução

A Live moderada por Carlos Sequeira do BTG Pactual reuniu três gestores de ações de algumas das principais Assets do Brasil. Felipe Campos da Navi Capital, Fábio Spinola da Apex Capital e Marcelo Magalhães da Tork Capital.

Felipe Campos é sócio fundador e co-CIO da Navi. Por 9 anos (2009 - 2017), foi responsável pela gestão de renda variável na Kondor Invest, onde foi gestor do fundo Long Short, desde seu início, e do fundo Long Only, desde 2015. Sua carreira começou no Grupo BBM (1999 - 2008), onde passou por áreas como análise e gestão. Entre 2008 e 2009, foi co-gestor de ações no Banco Itaú BBA.

Fábio Spinola é sócio fundador da Apex Capital e responsável pela Gestão dos fundos de investimento da empresa, sendo coordenador do Comitê de Investimentos e do Comitê Executivo. Foi Sócio Diretor na Quest Investimentos, de 2006 a junho de 2011, onde foi o responsável pela estruturação da área e pela gestão de todos os fundos de renda variável. Também passou pela gestão dos fundos de renda fixa e multiestratégia no Credit Suisse Asset Management.

Marcelo Magalhães é sócio e gestor dos fundos da Tork Capital desde agosto de 2018. De 2011 até 2018 foi sócio e gestor de renda variável da JGP. Entre 2007 e 2010 foi sócio e chefe da equipe de análise da Velt Partners (anteriormente denominada como M Square). Foi sócio da IP Capital Partners (anteriormente denominada como Investidor Profissional) entre 2000 e2007.

Comentários

O intuito da Live foi discorrer sobre os reflexos da evolução da pandemia do Coronavírus na bolsa brasileira. Em geral, as opiniões convergiram bastante em praticamente todos os tópicos abordados.

Primeiramente, todos acreditam que a crise ainda não acabou. Mesmo em um cenário de retomada gradual das atividades pelo mundo e flexibilização da quarentena no Brasil, não será possível afirmar que o surto está erradicado até que se desenvolva uma cura definitiva, ou seja, uma vacina eficaz.

Além disso, os Bancos Centrais reagiram pronta e incisivamente para conter os danos à economia. Os EUA, por exemplo,viram a maior injeção de liquidez da história ocorrer durante esta crise. Porém, é preciso avaliar o impacto futuro desses incentivos fiscais e, principalmente no caso do Brasil, o risco dessa flexibilização prevalecer, o que provocaria problemas estruturais graves. Para se ter uma dimensão disso, praticamente toda economia que se esperava gerar com a reforma da previdência aprovada no ano passado (cerca de R$ 800 bilhões em dez anos), será consumida ainda neste ano, entre auxílios emergenciais e renúncias de arrecadação.

Apesar disso, os gestores afirmam que há uma diferença significativa entre a volta da economia e do preço dos ativos. Se observou uma boa volta dos preços no último mês, com a redução da euforia inicial da crise. Segundo Felipe há boas oportunidades em empresas com solvência suficiente para manobrar o momento atual, mas é necessário se atentar para suas cadeias como um todo, desde seus fornecedores até o cliente na ponta final.

Para Fábio é muito complicado tomar decisões com base em valuation para 2020, devido às grandes distorções observadas e à margem de erro alta causada pela imprevisibilidade. Felipe ainda acrescentou que o valuation é apenas uma foto, que não exatamente reflete a situação atual. De maneira geral os gestores têm olhado para horizonte de pelo menos três anos, traçando diferentes cenários para as empresas nesse contexto.

Felipe acredita no potencial das empresas que já estavam preparadas para a transição para o meio digital no pré-crise e que devem ganhar marketshare com a maior penetração que vem ocorrendo no mercado brasileiro. Ele cita Natura como exemplo disso. Marcelo comentou sobre empresas que conseguem adaptar seu portifólio de produtos para melhor atender seus clientes, como é o caso de Lojas Americanas.

Com o cenário de juros baixos, Felipe acredita não haver sentido em manter parcela significativa em caixa. Já Marcelo afirmou que, mesmo rendendo pouco, o caixa ainda é valioso nesse momento devido à incerteza elevada.

 

Posições citadas

Os gestores citaram ao longo da live algumas posições que possuem atualmente.

Marcelo Magalhães (Tork): 7% a 8%em E-commerce (distribuído entre Mercado Livre, Magazine Luiza e B2W), Petrobrás, Eneva, Natura e posição bastante reduzida em bancos.

Fabio Spínola (Apex): Vê bom upside em saúde e E-commerce e não estão comprando bancos com temores de aumento de inadimplência.

Felipe Campos (Navi): não foi citado nenhuma posição específica, mas estão levemente comprados em bolsa pensando em um horizonte de três anos e olham bastante atualmente para os setores de E-commercee e Educação.

 

Time deAnálise - MZR

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