Introdução
Fundada em 2017, A Dahlia é uma gestora independente de recursos, com um time experiente, focado nos mercados de ações e dívida corporativa da América Latina. Os sócios fundadores da empresa trabalharam juntos em renomadas instituições financeiras e agora estão unindo seus conhecimentos complementares, com mais de 15 anos de experiência no mercado.
A Dahlia tem sob sua gestão 3 principais estratégias: um fundo Multimercado, um fundo de ações e um veículo de previdência. Seguem um modelo de organização horizontal, com princípios simples, baseada na confiança e generosidade. A Remuneração é baseada em meritocracia, respeitando o modelo de decisão colegiada.
José Rocha possui 18 anos de experiência no mercado financeiro, com destaque em gestoras independentes de ações. José foi sócio fundador e co-gestor da Apex Capital entre 2011 e 2017. Anteriormente foi co-gestor e operador na Quest Investimentos de 2008 a 2011 e operador da mesa proprietária de renda fixa do CSFB Garantia entre 2002 e 2008. Formado em Engenharia Mecânica-Aeronáutica pelo ITA em 1999.
Comentários
Com todos os impactos econômicos provocados pela pandemia do Coronavírus, o foco da Live não poderia ser outro. José explicou que essa crise é diferente das demais por se tratar de um problema de saúde pública. Com isso, é preciso ficar atento a evolução do processo de criação de remédios e vacinas para se determinar o tempo que a quarentena durará.
Outro aspecto importante é a capacidade de atendimento hospitalar. Sem esse fator controlado,é impossível haver reabertura da circulação de pessoas. No Brasil espera-se que o pico de utilização de leitos hospitalares para tratar pacientes com a doença ocorra dentro das próximas duas semanas. A partir de então, é possível que o isolamento seja cada vez mais brando e a economia naturalmente comece a retomar à normalidade.
Em relação a análise dos aspectos macroeconômicos, a casa acredita que haverá um novo corte de juros pelo Banco Central na próxima reunião do Copom. Os países têm feito gastos fiscais relevantes (cerca de 10% do PIB) para injetar liquidez no mercado. Além disso o preço do petróleo está baixo, assim como os juros internacionais. Tudo isso corrobora a tese de um cenário positivo para o preço dos ativos na saída da crise.
Na questão do câmbio, espera-se que o dólar continue se valorizando depois da crise. Isso ocorre porque houve uma mudança no modelo de gestão macroeconômica no Brasil. Até 2016 adotávamos o sistema da Nova Matriz Econômica, com um controle fiscal mais frouxo e uma alta taxa de juros. A partir de então, houve a transição para um governo mais liberal, com menores gastos da máquina pública e uma taxa de juros substancialmente menor.
Nesse movimento, a correlação inversa entre bolsa e câmbio (sempre que o Dólar sobe, a bolsa cai evice-versa) deixou de existir, principalmente porque investidores estrangeiros que antigamente viam grande potencial de retorno nos títulos da dívida pública brasileira, pararam de contribuir com esse fluxo cambial. Assim, o que vem ocorrendo ultimamente é que mesmo com a aprovação de reformas e retomada econômica, o dólar sobe junto com a bolsa. Por isso, a casa mantém posição comprada em ambos. A posição em dólar é de aproximadamente 35%.
Também acreditam que os EUA devem sair primeiro desta situação. Isso, baseado em dados históricos de recuperação pós crise. Pensando nisso, além da posição comprada em dólar, tem cerca de 15% do portifólio em ações americanas.
Mas as posições na bolsa brasileira continuam sendo a maior porção da carteira (cerca de 45%). Seguiram comprando ações mesmo durante a crise atual, visto que surgiram assimetrias no mercado, com preços condizentes com um cenário de uma crise muito mais longa e profunda do que se está observando. A diversificação foi importantíssima neste momento, focando em empresas com bom balanço, pouca dívida dolarizada e líderes de seus setores como: Localiza, Renner, Magazine Luiza, CPFL e Eneva.
Por fim, foi comentado sobre algumas compras de Bonds de empresas brasileiras, aproveitando a abertura de spread durante a crise. A opção por comprar crédito lá fora, se dá principalmente pelo fato da liquidez desses papeis no exterior ser maior. Também possuem cerca de 5% em ouro e 12% em NTN-B.
Time deAnálise - MZR