Maia fala em aprovar reforma em maio

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O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou que ele e governo terão como "desafio" garantir a aprovação da reforma da Previdência na casa em um prazo de dois meses. Ele estima que, a partir daí, a proposta seja encaminhada ao Senado e votada pelos colegas até julho. Apesar disso, Maia ressaltou que a principal preocupação não é o tempo, mas sim a obtenção de votos necessários para aprovar a emenda constitucional, que poderia gerar uma economia calculada em R$ 1 trilhão aos cofres públicos, segundo o ministro da Economia, Paulo Guedes.

Em suas declarações após se reunir com Guedes, Maia colocou-se ao lado do governo ao afirmar que vai "ajudar o ministro" na discussão sobre a Previdência e ao defender a reforma como "fundamental". "Nosso problema é garantir em dois meses que a reforma da Previdência tenha 320 ou 330 deputados a favor. Esse é nosso desafio. Esperamos que, com apoio de prefeitos e governadores e dialogando com todos os partidos, consigamos construir um texto que atenda a todos os poderes da federação", disse Maia.

Para aprovar a proposta de emenda constitucional (PEC), o governo precisa obter 308 votos em plenário. Antes disso, no entanto, o texto precisa passar pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) - onde pode ficar de três semanas a 45 dias, nos cálculos de Maia. "São cinco sessões para apresentar emenda na CCJ e mais duas sessões de vista. Em três semanas, se for bem organizado, você tira da comissão. E em no máximo 45 dias você pode tirar", disse. Além disso, o texto precisa passar por uma comissão especial.

Maia chegou a mencionar como possível uma aprovação na Câmara até maio, mas evitou se comprometer com um prazo afirmando que a aprovação dependerá dos votos. "Nosso problema não está no regimento, mas em não ter votos. O que tínhamos de problema no governo do presidente Michel Temer é que em determinado momento não tínhamos maioria para a Previdência", disse. "Não estou entendendo porque essa preocupação nossa com o tempo. O tempo é da [obtenção da] maioria. Nosso problema não é de prazo", disse.


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