"O ano terminou com sinais mais preocupantes sobre o ritmo da atividade global nos próximos trimestres. Essa preocupação foi evidenciada pela forte correção do mercado acionário americano, bem como outros movimentos de preços de ativos, como a tendência à inversão da estrutura a termo das taxas de juros nos EUA. Além da incerteza sobre o ritmo de expansão da atividade nos EUA, os mercados seguem sensíveis ao noticiário sobre a desaceleração na China, e também aos múltiplos problemas políticos observados na Europa. Ainda que essas preocupações sejam legítimas, cabe registrar que há fatores de resistência que tendem a mitigar o risco de cenários mais extremo. [...]
[...] A economia mundial viverá mais perigosamente em 2019. Redução do crescimento deve ser o cenário central, ainda que as principais economias venham a escapar da recessão, o que requer capacidade de resposta de política, que existe tanto nos EUA quanto na China. Erros podem levar a resultados piores, mas estes devem ser evitados, caso a racionalidade econômica impere na determinação das decisões dos governos."
Mário Mesquita, economista chefe do Itaú-Unibanco