A gestora americana BlackRock enxerga o momento como oportuno para voltar a comprar títulos de dívida de mercados emergentes. “Pretendemos comprar dívida emergente em qualquer queda de preço, diante do sólido cenário de curto prazo para o grupo”, afirmou o estrategista-chefe global de investimentos da BlackRock, Richard Turnill, em artigo no blog da casa.
Embora os yields de títulos tanto em moeda local quanto em dólar tenham caído e os spreads entre as taxas dos papéis emergentes e americanos ficado mais estreitos neste ano, “os yields de bônus emergentes permanecem atrativos em termos absoluto e relativo no longo prazo".
De acordo com Turnill, há três fatores principais neste ano para sustentar o bom momento da renda fixa dos países emergentes no segundo trimestre. “O mais importante é o fato de o cenário de política monetária global ter se tornado mais positivo”. O estrategista assinala que uma desaceleração do crescimento mundial, liderada pelos EUA, à medida em que a economia americana entra na fase mais madura do ciclo de expansão, tem levado os principais bancos centrais a diminuir o ritmo de normalização.
Turnill aponta ainda, como segundo fator, uma grande demanda por bônus que tem encontrado um suprimento apertado. Enquanto a volatilidade nos últimos meses levou vários emissores a adiar as ofertas, os emergente têm vivido uma retomada do fluxo de recursos no início de 2019.
O terceiro fator, explica o estrategista, vem da menor atenção dos investidores aos riscos geopolíticos. “As preocupações sobre uma escalada significativa no curto prazo das tensões comerciais entre EUA e China diminuíram consideravelmente.”