A ata da primeira reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) no governo Jair Bolsonaro, divulgada nesta manhã, reforça avaliação de que o balanço de riscos do colegiado para a inflação segue pendendo para o lado negativo, apesar de uma redução recente nos riscos associados ao cenário externo.
O Copom enfatizou o nível elevado de ociosidade na economia e afirmou de forma explícita que, após a atividade ter dado sinais de arrefecimento no quarto trimestre de 2018, a aceleração do ritmo da atividade econômica no país vai depender da diminuição de incertezas em relação às reformas econômicas, principalmente as fiscais.
Os riscos desfavoráveis para a inflação associados a essas incertezas internas e também ao cenário global seguem sendo mais elevados do que os riscos benignos impostos pela ociosidade na economia, disse o Copom. A assimetria dos riscos diminuiu, mas persiste, foi o recado renovado na ata da reunião, que voltou a pregar a importância de “cautela, serenidade e perseverança” nas decisões de política monetária.
Sem cravar indicações sobre seus próximos passos, o Copom reforçou que, na atual conjuntura, considera importante ter flexibilidade para conduzir a política monetária. Também entende que a conjuntura prescreve uma política monetária estimulativa, ou seja, com taxas abaixo da taxa de juros estrutural.
Na reunião da última semana, o Copom manteve a taxa básica de juros em 6,5% pela sétima vez, o que levará a Selic a completar, em março, um ano em seu menor patamar da história.