A Petrobras deve anunciar ainda hoje a decisão de reduzir sua participação na BR Distribuidora de 71% para 40%, colocando em movimento um dos maiores desinvestimentos do governo Bolsonaro e retirando a estatal de mais uma de suas inúmeras atividades econômicas.
A operação — que a preços atuais levantaria cerca de R$ 8 bilhões — será precedida de um roadshow e deve ser precificada em julho.
A BR Distribuidora tem um valor de mercado de R$ 27,7 bilhões. Sua ação negocia a um prêmio em relação aos principais concorrentes — a Cosan (sócia da Raízen, sua joint venture com a Shell) e a Ultrapar, dona da Ipiranga — na expectativa de que sua geração de caixa um dia se aproximará das empresas privadas.
Em 2018, enquanto a Cosan gerou uma margem de EBITDA R$ 107 por metro cúbico, a Ipiranga gerou R$ 87 e a BR Distribuidora, R$ 62.
Ainda assim, as expectativas quanto ao futuro pós-estatal fazem com que a BR negocie a 10x EV/EBITDA, contra 8,3x da Ultrapar e apenas 5,5x da Cosan.
No mercado, gestores de investimento aplaudem o fato da BR deixar de ser estatal, mas alguns se ressentem da falta de um acionista de referência no momento pós-privatização.“No momento seguinte à oferta, pouca coisa muda: com 40% a Petrobras ainda deve nomear a maior parte do board,” diz um gestor.